quarta-feira, 18 de abril de 2012

Amor entre irmãos


Antes de a Beatriz nascer, eu temia por não saber como seria a reação do Pedro à chegada da irmã. Mais do que isso, me preocupava muito em como seria essa relação entre irmãos, afinal, a chegada de um irmão faz que a criança mais velha precise lidar com o que é novo, diferente. 

Durante a gravidez, o Pedro não ligava muito para a minha barriga, não se interessava pela irmã, e se perguntassem algo sobre ela , ele dizia que ela estava bem e ponto final. 

Mas, no instante em que Pedro entrou no quarto do hospital para conhecer a Beatriz, o amor tomou forma. Foi tanto encanto, emoção, euforia... sim, ele estava conhecendo a irmãzinha! 

Recordo-me de que a Beatriz estava no meu colo, me abaixei e a mostrei para o Pedro. Ele tocou o rostinho dela com apenas um dedo, como se fosse conferir se aquele serzinho era de verdade, parecia não acreditar que ali, diante dos próprios olhinhos, estava a sua pequena irmã. Sem medo algum quis segurá-la no colo. Ele a olhava e sorria. Não foi só a Beatriz que nasceu em 7 de Fevereiro, naquele dia, nascia também um irmão. 

Na hora da despedida foi um choro só. Pedro não queria mais se separar da irmãzinha. 

Dias depois, já em casa, com a euforia inicial controlada, percebo um Pedro diferente: mais carinhoso, calmo e feliz. Exatamente o contrário do que eu imaginava, não houve regressão no comportamento dele, nem tampouco estresse ou agressividade. 

Hoje, alguns meses após a chegada da Bia, Pedro cuida da irmã com um tipo de zelo que só um menino de quatro anos pode ter. Brinco que é tanto amor que ele sente por ela que até dói! São tantos beijos, abraços apertados, palavras de carinho... 

A Beatriz percebe esse carinho e retribui com olhares e sorrisos. Quando está perto do irmão só tem olhos para ele. 

Claro que essa relação de amor não é perfeita, existem sim momentos de ciúmes, mas isso passa rápido e logo os dois estão grudadinhos de novo. 

Vendo essa relação, a troca de afeto, o quanto eles estão aprendendo juntos, sei que a decisão de ter outro filho foi certa. Acho que o amor entre irmãos deve nascer assim, no olhar, no contato, na convivência diária. 

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